24 março, 2013

Gossip Boys - capítulo 11°



Quem roubou a porra da senha?


Thur fala:

- Micael!? – eu gritei a pleno pulmões, como se eles estivessem em condições depois da chuva que eu e Lua pegamos na noita passada. Mas isso não vem ao caso. – Desce aqui!
Micael desceu as escadas no minuto seguinte, com a escova de dentes na boca e a cara cheia de pasta. Sua cara não era a das melhores.
- Fala. – ele disse, parando atrás de mim, que mais parecia um boneco de neve, enrolado em 327 cobertores. A famosa gripe-depois-da-chuva.
- Você postou isso? – perguntei, apontando para a tela do computador. Ele enfiou a cabeça no meu ombro felpudo e arregalou os olhos, em uma surpresa genuína.
Eu não podia culpá-lo. A foto era mesmo... Escandalosa.
A foto?
Nada mais nada menos do que uma foto minha com Lua no dia anterior. Ela de calcinha – uma muito sexy do Bob Esponja – e sutiã e eu de, bem, boxers vermelhas de seda no maior estilo cafetão.
- Dude, eu juro que não tenho nada a ver com isso! – ele exclamou, puxando um banquinho de madeira e sentando-se ao meu lado. – Aliás, acho que ninguém teve. – e dito isso, ele tentou fazer o login do blog.
E qual não foi minha surpresa?
A senha não foi aceita.
Chay descia as escadas com Maker conversando animadamente sobre um cara que havia ligado atrás do McFLY após o show do colégio, quando pararam atrás de nós dois e arregalaram os olhos assim como Micael fizera.
- Mas que porra é essa? – Maker perguntou, enfiando a cara do outro lado do meu ombro. Chay se apoiou na minha cabeça e não disse nada.
- Isso quer dizer que não foi nenhum de vocês que tirou essa merda dessa foto e postou no blog, e logo em seguida mudou a senha? – perguntei, observando Micael tentar desesperadamente entrar no mesmo.
- Hum. Não. – Chay respondeu.
- Merda. – murmurei. Só que como eu estava gripado, saiu uma coisa mais no tipo “berda”.
- Bom, pelo o que eu conheço das meninas, elas vão nos ligar em 5,4,3,2,1... – Maker contou e quando disse o já, meu celular começou a vibrar no bolso, o celular de Micael e de Maker tocaram qualquer toque alheio e o celular de Chay mugiu.
Sério. Ele mugiu.
- Merda! – agora eu meio que gritei.
Chay foi atender o telefone na cozinha, mas antes de entrar eu pude ouvir ele dizer: Calma, amor, eu posso explicar.
Maker atendeu o celular e só ouviu os gritos de Aline com uma cara de assustado. Micael atendeu e colocou o celular longe da orelha, ouvindo gritos piores do que os de Aline.
Eu olhei para o meu celular. Privado.
Merda!
Subi as escadas correndo e me tranquei no meu quarto. Atendi o celular com medo dos gritos e palavrões, mas ao contrário do que eu esperava, do outro lado Lua chamou, baixinho:
- Thur?
Suspirei aliviado, pensando que estava salvo.
- Oi, Lu. Que bom que você não começou a gritar, eu...
- Thur. – ela disse de novo, e eu me calei. Ela continuou: - Você é um filho da puta mesmo. Eu pensei que você não tinha ficado com ressentimentos do que eu fiz, porque eu fiz por você, mas acho que me enganei. Como você pôde fazer uma coisas dessas? Você tem idéia do inferno que eu vou passar hoje? Pelo resto do mês? VOCÊ SABE?
Só a última parte foi gritada. Todo o resto ela falou baixinho e com a voz mansa, e mesmo assim meu coração só faltou se desintegrar no peito.
- Lua, linda, por favor, me escuta, eu não fiz nada, eu...
Tu tu tu tu...
Merda!

Lua fala:

É. Eu estava PUTA.
Mais do que puta. Eu poderia arrancar a cabeça de alguém com as unhas. 
Eu poderia arrancar a cabeça de ALGUM McLoser com as unhas.
Eu queria MATAR Thur.
Você também não iria querer se uma foto sua com uma calcinha do BOB ESPONJA fosse parar no blog mais acessado do colégio? E que nessa foto você estivesse em cima do cara que não era seu namorado – mesmo que seu suposto namorado te botasse chifres como botava suas roupas de marca para lavar? Ah, e que nessa foto você estivesse toda molhada e nojenta, e que o cara que estivesse em baixo de você estivesse incrivelmente gostoso e lindo naquelas boxers vermelhas de seda? E ainda que a pessoa que postou a foto fosse EXATAMENTE esse cara gostoso que você era apaixonada?
Acho que sim.
- O que foi isso? Algum tipo de vingança humilhante? – perguntei revoltada, mas minha voz saiu meio fanha, pois eu estava com a maior gripe. Estava botando o armário do meu irmão abaixo. Finalmente achei a toca preta que procurava e a enfiei na cabeça de qualquer jeito.
- Lua! O Maker jurou que não foram eles! – Aline reclamou do outro lado do celular, que estava no viva-voz, enquanto eu colocava os meus Ray-ban dourados e enfiava um blusão da GAP pelo pescoço.
- É mentira, Nine! Tudo mentira! – eu falei, pegando a calça mais estourada e larga que eu achei e a segurei na cintura com um cinto de couro verde todo desfiado. Terminei com um All Star preto que eu costumava usar quando tinha, sei lá, 12 anos.
É. Meu pé não cresceu.
- Estou indo para a escola. Não espere me reconhecer. – disse para ela.
- Como assim, Lu? – ela perguntou, e eu ri, mesmo estando com raiva.
- Você vai ver. Ou melhor, não vai ver. – respondi, e desliguei o celular.
Pra falar a verdade, quando acordei naquela manhã e vi aquela foto PAVOROSA na tela do computador e os 214 comentários embaixo – a maioria zoando John por ele ser corno, dizendo que Thur era bonito demais para uma vaca como eu ou dizendo que eu era muito gostosa para Thur – jurei para mim mesma que nunca mais iria para a escola.
Mas depois pensei bem e percebi que minha mãe não iria aceitar muito bem essa história de nunca mais ir para escola. Então decidi que iria para a escola disfarçada a partir daquele dia.
E era por isso que eu estava vestida de homem.
Desci as escadas e passei por minha mãe correndo, que fumava na cozinha:
- Mãe, vou a pé hoje! – gritei para ela, e ouvi um murmúrio com sono de volta. Saí pela rua e agradeci por estar vestida como homem, porque o frio cortante chicoteou no meu blusão e eu fiquei quente o trajeto inteiro até o ponto de ônibus. Pelo menos a gripe não poderia ficar pior.
No ônibus, indo para a escola, pensei em tudo. Tudo, desde o começo até aquele dia, e resolvi que era melhor para mim mesma ignorar Thur, deixar ele seguir a vida dele e tentar seguir a minha.
Thur iria me pagar. Mas eu também pagaria por ter me apaixonado por ele.
Muito.

Thur fala:

- Cadê ela? – perguntei, varrendo o pátio com os olhos à procura de Lua. Espirrei e voltei a perguntar: – Cadê ela, porra?
- Ela eu não sei, mas o John está bem atrás de você. – Maker respondeu.
Nem deu tempo de virar para trás. A última coisa que eu senti foi algo sólido acertar meu rosto com muita força, e a última coisa que eu ouvi antes de acertar o chão foi Chay berrando e indo para cima de John:
- Seu filho da puta!
Mais tarde.

Acordei sentindo minhas costas queimarem no colchão duro e fino em que eu estava deitado. A luz piscava, dando as paredes brancas a aparência quase fantasmagórica. Mexi-me um pouco, e, ao olhar em volta, percebi finalmente onde estava.
Na enfermaria.
Virei-me de lado – sentindo minha sobrancelha latejar – e percebi outro corpo na cama ao lado. Ele estava todo sujo de barro e com marcas brancas de tênis por toda a camiseta preta e por toda a bermuda azul escura. Sua mão estava enfaixada e ele tinha alguns esparadrapos pelo rosto.
Esfreguei os olhos para ver quem era, e quando minha visão voltou ao foco, vi que quem estava todo ferrado ao meu lado era John, aí eu me lembrei de tudo.
Automaticamente, pousei a mão em cima da sobrancelha esquerda e vi que um esparadrapo meio humido – de sangue? – estava preso pela minha cabeça.
Olhei para o relógio na parede e vi que eram 7:52, e faltavam 3 minutos para o sinal da primeira aula bater.
Sem pensar duas vezes, pulei da cama e bati a porta ao sair da enfermaria. Ouvi John resmungar alguma coisa, e se não fosse pela minha necessidade de falar com Lua, esperaria ele acordar e o forçaria a contar a verdade. Sabe como é, que ele tinha roubado a senha do blog e forçado toda aquela cena de bater-no-cara-que-pegou-minha-mina só para disfarçar.
Corri pelos corredores desertos da escola até chegar ao corredor dos segundos anos. E, para minha grande sorte, Lua estava andando pelo corredor com Marcus.
Marcus. O veado.
- Eu não agüento mais! – ela exclamou, triste. – Mesmo vestida de homem para ninguém me reconhecer, você sabe quantas comentários maldosos eu já ouvi até agora?
- Quantos, querida? – ele perguntou, envolvendo os braços nos seus ombros, e se ele não fosse mais gay que tudo, eu partiria para cima dele ali mesmo.
- 21! Eu contei! – ela exclamou, e ele passou os dedos pelos seus cabelos.
- Tudo bem, Lu, isso vai passar... – ele disse, e ela encostou a cabeça nos seus ombros largos. Para um gay, ele era bem forte. – Mas agora me explica, o que você tem com o Thur e o que John tem a ver com essa história toda?
- Pra falar a verdade, nem eu sei direito. – ela respondeu. Eles estavam chegando perto de onde eu estava, então eu me escondi atrás de um vão dos armários. – John só acha que estamos juntos, mas não tem nada a ver, ele é desprezível! E o Thur... – ela suspirou, abaixando a cabeça. – O Thur é um babaca.
Um nó se formou na minha garganta.
- O babaca que você ama. – completou Marcus.
Lua sorriu com o comentário, ainda olhando para os pés.
- O babaca que eu amo. – repetiu e Marcus sorriu.
O nó se desfez e eu senti uma corrente elétrica boa percorrer meu corpo.
- Eu sabia. Você e esses risinhos nunca me enganaram. - “Nem a mim”, pensei. – Assim como você não engana que está acontecendo alguma coisa a mais com esse Thur além de sentimento.
- Na verdade... – ela começou, e eu prendi a respiração. Será que ela iria contar para Marcus sobre o blog? Respirei fundo. “Ela nunca faria isso”, pensei novamente, tentando me convencer. E me senti um idiota que não confia nem na garota que amava quando ela terminou: - Nós não temos nada, eu só fico com ele de vez em quando...
Os dois passaram por mim mudando a conversa para o novo namorado de Marcus.
Eu não conseguia mais aguentar. Precisava esclarecer as coisas com Lua.
Saí do meu esconderijo e gritei pelo corredor:
- Lua!?
Lua parou de andar na hora, paralisando. Marcus se virou. Andei até eles, apertando os punhos com raiva por me humilhar daquele jeito por uma garota, ignorando a presença dele. Ela continuou olhando para frente.
- Lua, eu preciso falar com você.
- Eu não quero falar com você – ela murmurou.
- Por favor. – pedi, num sussurro quase inaudível. Marcus, que nos observava em silêncio, resolveu interferir.
- Hum, Lu, você pode ir, eu levo isso para a diretora. – dito isso, ele sumiu pela corredor. De costas, ninguém diria que ele era veado.
- Vai me ouvir agora?
Silêncio.
- Lu, pára de criancice e olha pra mim? – pedi novamente, virando-a com força pelo braço. Ela deu um tapa na minha mão e continuou a encarar o chão. – Qual é, você acredita mesmo que eu fiz aquilo? Por que eu faria uma coisa dessas? Para apanhar de John? – apontei para a atadura na minha testa. Ela olhou rapidamente e voltou a fitar o chão, mas sua expressão havia suavizado. – Acho que não.
- Você apanhou porque não soube se defender. – ela disse por fim, com a cara de menina-birrenta-que-não-ganhou-a-barbie-que-queria, e se não fosse pela situação, eu estaria morrendo de rir.
- Lua, olha nos meus olhos e diz que não acredita em mim que eu te deixo em paz! – pedi, chegando mais perto dela e passando os dedos pelos seus braços cruzados.
Para mim a briga já estava ganha e, depois de um minuto, estaríamos nos comendo no armário de limpeza.
Mas acho que não era tão simples assim.

Lua fala:

- Eu não acredito em você. – respondi, olhando no fundo dos seus olhos. E aquilo me matou.
De verdade.
Olhar em seus olhos e ver sua expressão se modificar de vitória para tristeza me matou por dentro. Meu coração já quase colado se quebrou novamente em milhares de pedaços e eu me senti tonta.
Mas eu tinha que fazer aquilo. Eu tinha que esquecê-lo e ele tinha que me esquecer. Se ficássemos juntos, iríamos nos magoar muito. E eu não queria aquilo. Eu não queria ver Thur triste ao meu lado.
- Ok. - ele disse, saindo de perto de mim e balançando a cabeça negativamente, como se quisesse afastar os pensamentos da mente. – Não vou mais te encher, Blanco. – ouvir ele dizer Blanco como dizia quando nos odiávamos doeu. Muito. - Desculpe por estragar sua vida. E muito obrigado por me fazer acreditar que você também me amava. Muito legal de sua parte.
Thur saiu andando pelo corredor com as mãos nos bolsos e a cabeça baixa. Minha cabeça parecia que ia explodir a cada passo que ele dava. E meu coração... Esse não tinha mais jeito.
- Thur!? – o chamei, mas ele ignorou e virou o corredor, me deixando sozinha. O sinal bateu e todas as pessoas trocaram de salas, passando por mim e quase me derrubando.
- Olha aí se não é a vadia que quase deu pro Aguiar ontem no campo de futebol. – Beatriz Scarduelli disse para Mary Pazetto, que riu e comentou:
- Ouvi dizer que ela, John e Thur já fizeram um a três!
Não me importei pelos comentários maldosos ou pelo empurrões. Minha mente estava muito longe. Estava em Thur, e na burrada que eu havia feito por não acreditar nele.
Sério. Eu tinha me ferrado legal.

Thur fala:

- Eu gosto dessa. Micael iria gostar. Não sei, é a cara do Micael. É... imbecil como ele. – eu comentei, apontando para um anel prata com a borda dourada. Maker virou os olhos e respondeu:
- Por que eu daria uma aliança imbecil para Nine? Ainda por cima uma aliança que Micael gostaria?
- Nossa, eu totalmente comeria aquela gata dos perfumes. – comentei novamente, apontando para uma morena muito hot que mostrava alguns perfumes para uma senhora.
- Thur, pára de fazer comentários sem noção, mesmo que você esteja mal pela Lu, e me ajuda a escolher a porra da aliança? – Maker meio que ordenou, e eu me virei para ele, tirando os olhos da garota dos perfumes.
- Mas a porra da aliança é sua! Que tipo de ajuda você quer de mim?
- Sei lá, dude, eu nunca comprei uma aliança antes! – Maker disse, sorrindo amarelo para a garota das alianças, que sorria com compaixão para ele.
Não sei se foi bem com compaixão, mas...
- Posso ajudá-lo? – ela perguntou. Era muito hot também. Acho que antes de trabalhar naquela loja as atendentes tinham que dormir com o dono.
- Não sei, eu estou procurando alguma coisa que... Porra, eu não sei o que eu tô procurando... – Maker admitiu para ela, que riu da suposta pose de sou-um-menino-indefeso de Maker.
Putão!
Mas eu não podia falar nada, porque logo que Maker foi salvo pela mocinha das alianças, eu decidi ir falar com a mocinha dos perfumes.
Só que, ao contrário de Maker, eu não iria comprar um perfume para minha namorada. Eu nem tinha namorada.
Não que eu não quisesse muito namorar Lua.
Mas depois que ela me mandou pastar pela segunda vez, eu voltei à tona para minha antiga profissão: galinhar.
Mesmo que ela só tivesse me mandado pastar há algumas horas.
Eu era rápido, dude.
- Oi. – eu disse, me aproximando dela. Ela estava sozinha atrás do balcão, pois a senhora já havia ido embora.
- Oi. – ela respondeu, sorrindo automaticamente. – Posso ajudá-lo?
- Pode. Você poderia me dizer qual o melhor perfume masculino para se conquistar uma mulher? – perguntei, e ela sorriu novamente, agora me olhando de cima a baixo.
- Acho que cada mulher tem seu cheiro preferido.
- E qual é o seu? – perguntei, e ela gargalhou, mostrando a fileira de dentes perfeitos.
Há! Ponto pra mim!
- O meu? Não sei, provavelmente o Hugo Boss Intense. – ela respondeu, apontando para um frasco vermelho na última prateleira.
- Então é esse mesmo que eu vou levar para me encontrar com você hoje à noite. – respondi, e ela sorriu surpresa.
Eu ainda estava em forma.
- E quem deu essa certeza toda de que eu vou sair com você essa noite? – ela perguntou, e eu me aproximei do balcão, pegando nas pontas dos seus cabelos, assim como fizera tantas vezes com Lua.
Lua...
Mesmo com outras garotas, só conseguia pensar nela.
- Primeiro, eu estou solteiro e eu não vi nenhum anel de compromisso na sua mão. Segundo, eu te achei linda, e você também me achou, se não teria cortado o papo logo no começo. Terceiro, nós somos jovens, por que não aproveitar?
Ela entortou a cabeça, como se pensasse na minha proposta. Olhei bem para ela. Provavelmente era mais velha que eu, uns 18 ou 19 anos. Usava o uniforme todo preto da loja e os cabelos também negros se fundiam no seus ombros estreitos. Tinha uma bela comissão de frente e uns olhos verdes lindos. Os dentes eram perfeitos, brancos e retos, e o corpo sarado competia com o rosto angelical.
Só não era mais linda que a minha Lua.
Merda.
- Ok. – ela respondeu, sorrindo novamente. – Eu saio com você.
- Ótimo. E, qual seu nome? – perguntei.
- Isabella Wells, mas pode me chamar de Bella. O seu?
- Sou Arthur. Mas pode me chamar de Thur. – disse, sorrindo para ela. Apontei para o Hugo Boss e completei: - Pode pegar um desses para mim?
- Claro. – ela respondeu, pegou o Hugo Boss e o passou pelo código de barras. Nem lembro quanto foi, e nem me importei.
Meu pai pagando, tudo bem.
Peguei o perfume, anotei o telefone de Bella e dei um beijo em seu rosto macio.
Voltei para onde Maker estava. Ele já havia comprado a aliança e se despedia da mocinha.
- Tchau, Suzannah! Boa sorte com o Dave!
- Meu Deus, você já sabe a vida inteira da menina? – perguntei, e ele gargalhou.
- Eu causo esse efeito nas mulheres.

Lua fala:

- Ele O QUÊ? – perguntei, animada, para Aline, que falava um monte de coisas sem sentindo do outro lado da linha, envolvendo Maker, namoro e aliança. – Fala mais devagar, cacete!
- Caralho, porra, cu! Presta atenção! – ela piou e eu gargalhei. – Eu acabei de voltar de um restaurante japonês que eu fui com o Maker! Aí, no final do jantar, ele disse que ia pedir champanhe porque nós estávamos fazendo 5 meses de... De nada, pra falar a verdade. Eu concordei, claro, não era eu que estava pagando mesmo... Aí o garçom trouxe a champanhe na taça e eu achei meio estranho, mas nem reparei em nada. Então nós brindamos e bebemos. Aí eu senti um negócio engraçado na boca, meio duro. Então eu tirei e era uma aliança, linda! Prata e com um fio dourado no meio. Aí quando eu olhei com cara de assustada para a aliança, ele se levantou e ajoelhou ao meu lado! Ajoelhou, Lu! E é claro que o restaurante inteiro tava vendo aquilo! Achei tão fofo! Então ele perguntou: Aline, quer namorar comigo?
- Ai, meu Deus, que lindo! – eu exclamei. – E aí?
- E aí eu recusei e disse que era lésbica... Claro que eu disse que sim! – ela brincou, e nós duas gargalhamos. – Então o restaurante inteiro começou a aplaudir e o Maker ficou todo vermelhinho. Muito fofo!
- E o que tá gravado na aliança? – quis saber. 
- Maker e Nine – I've Got You. Não é lindo? – ela perguntou, e eu concordei.
Era realmente lindo.
Ótimo. Agora só faltava Thur me ligar e dizer que estava namorando com o Marcus para o meu dia ficar mais deprê.
- Agora só falta o Chay pedir a Mel, o Micael pedir a Soph e você se acertar com o Thur...
- O que eu acho bem difícil. – completei e ela suspirou do outro lado.
- O que é difícil? Admitir para todos que está com um loser?
- Claro que não! Eu não tenho problemas com isso, eu só... – tentei dizer, mas ela me cortou.
- Pois é o que parece, Lu. Cai na real, vocês se gostam! Se você realmente quisesse, estaria feliz com ele. Você tem é medo de admitir que gosta mesmo de um cara que não é aceito por um lado do colégio. O seu lado do colégio. Agora, eu cansei de tentar falar disso com você. Eu vou ligar para a Soph e para a Mel e contar a novidade. Mas pensa no que eu te disse, senão você vai perder o único cara que eu já vi você gostar na vida.
Então ela desligou.
Fiquei olhando para o celular por um bom tempo, pensando. Por mais que parecesse patético o que ela disse, me dei por mim e percebi que era a mais pura verdade. Eu só encontrava outros pretextos para terminar com ele, mas no fundo eu tinha medo do que todos falariam.
Eu era realmente um saco de pipocas.

Thur fala:

- E aí, o que você vai querer? – perguntei para Bella, que passava os olhos pelo cardápio. Eu a levei para comer em um restaurante italiano e ela parecia mais bonita ainda com um vestido tomara-que-caia verde escuro e os cabelos presos com aqueles pauzinhos japoneses que eu não sei o nome. Seus olhos estava mais verdes porque ela passara lápis neles e a boca estava mais carnuda.
Resumindo: hot.
- Acho que eu só vou comer uma salada. Não estou com fome. – ela respondeu, colocando o cardápio em cima de mesa.
Um ponto a menos. Não come como gente.
- Muito bem, o que vão pedir? – o garçom perguntou, com o Palm Pilot em punho. Coloquei meu cardápio ao lado do de Bella e respondi: - Pra mim uma macarronada e duas Cocas, pra ela uma salada de cenoura com pepino e uma...?
- Água mineral sem gás. – ela completou, sorrindo.
Dois pontos a menos. Não bebe como gente.
- Mas diz aí, gostou do meu cheiro? – perguntei para ela, logo que o garçom saiu de vista. Ela se inclinou na mesa e eu pude ver o contorno dos seus seios e sorri satisfeito comigo mesmo.
- Gostei, mas deixa eu sentir novamente para ver se está bom mesmo. – ela disse, colocando o nariz no meu pescoço e respirando profundamente. Mordi o lábio inferior. Ela voltou para o seu lugar e respondeu: - É, está ótimo.
- Muito obrigado.
O garçom chegou depois de alguns minutos. Enquanto a comida não vinha, Bella me contou sobre todos os seus ex-namorados, e eu fingi interesse, mas na verdade a única coisa que eu conseguia ver eram seus peitos no decote.
Três pontos a menos. Falar sobre ex-namorados no primeiro encontro.
- Aqui está, senhor. – o garçom disse, colocando meu prato na mesa e o prato multi-colorido de Bella junto. Ela começou a comer como um passarinho, enquanto eu devorava meu macarrão. De vez em quando ela olhava meio torto para mim, mas dude, foda-se, eu estava morrendo de fome.
Passado algum tempo, meu celular vibrou.
Em condições normais, eu não atenderia. Mas Bella era tão chata que eu decidi atender.
- Alô?
- Thur? – uma voz chiada me chamou. Achei estranho, nunca tinha ouvido aquela voz antes.
- Ahám. Quem fala?
- Não te interessa quem está falando. Eu só estou ligando para dizer que fui eu quem roubou a senha do blog, então nem tente recuperá-la, pois você não vai conseguir. Se algum dia você descobrir quem eu sou, meus parabéns.
Tu tu tu tu.
Olhei com o canto dos olhos para Bella. Ela observava curiosa minha conversa.
Quatro pontos a menos. Curiosa demais.
- Era engano. – eu disse, guardando meu celular no bolso. Teria que contar aquilo para os dudes mais tarde.
Ela sorriu e continuou entretida na própria conversa.
- Então, vamos? – perguntei, quando nós dois havíamos acabado. Aliás, eu havia acabado minha sobremesa, ela ficou só olhando.
- Pra onde você quer ir? – ela perguntou, me lançando um olhar sugestivo.
Mas que pergunta, eim?
- Para onde você quiser me levar. – respondi.
- Eu moro com uma amiga, mas ela está viajando. Quer dar uma passada lá em casa? – ela perguntou, e eu levantei a sobrancelha.
- Claro.
Bella me levou para seu apartamento, uma luxuosa cobertura em um prédio bem no centro. Fiquei me perguntando como uma vendedora de lojas poderia pagar o aluguel de um apartamento daqueles, mas resolvi não comentar nada.
- E aí, quer tomar alguma coisa? – ela perguntou, jogando sua bolsa de verniz na mesa e indo em direção à cozinha, toda equipada com coisas em inox. Fui atrás dela e enquanto ela pegava alguma coisa na pia, a abracei por trás e sussurrei no seu ouvido:
- Acho que podemos fazer alguma coisa mais interessante.
É, dude. Eu posso ter 17 anos, mas sou um tremendo conquistador.
Bella virou-se de frente para mim e entrelaçou os braços no meu pescoço. Chegou bem perto da minha boca e respondeu:
- Como o quê?
Aí, dude, não teve jeito. Peguei-a pela cintura e dei um beijo com vontade nela.
O beijo dela era meio frio, sem emoção nenhuma. Suas mãos ficaram sem vida na minha nuca e se não fosse pelo seu belo decote, eu não teria a pegado no colo e a levado para o quarto.
Chegando lá, ela foi mais rápida do que eu previ. Tirou o vestido e desamarrou os cabelos, enquanto eu tirava minha roupa. Eu fui para a cama de casal e ela deitou-se ao meu lado. Voltamos a nos beijar e eu explorei cada curva dela.
Mas... Ao mesmo tempo que a idéia de estar quase nos finalmente com ela me agradava, a idéia de saber que ela não era quem eu gostaria de realmente estar meio que me desanimou.
- O que foi, Thur? – ela perguntou. Acho que percebeu que eu estava meio frio. Eu balancei a cabeça negativamente e respondi, já me levantando:
- Não sei. Acho que eu não estou no clima. – respondi, e ela foi um pouco para o lado. Depois daquele comentário, o clima tinha ido realmente para o espaço.
- Mas foi você quem começou! – ela exclamou, enrolando o lençol nos ombros. Sorri vagamente, e respondi:
- É, eu sei, mas vejo que foi um erro.
E depois disso ela meio que me expulsou do apartamento dela. E eu voltei para casa mais cedo do que o previsto.
- O que foi, dude, voltou cedo! – Maker exclamou.
- Pois é... – respondi, me jogando ao seu lado no sofá. Reparei na aliança prata no seu dedo e resolvi mudar de assunto antes que Maker ficasse me enchendo o saco por eu não ter ido até o final com uma menina como Bella. – E aí, ela gostou?
- Acho que sim. – ele respondeu, zapeando pela Tv. – Espero que sim.
- Maker, meu lindo, ela sorriu e os olhinhos dela brilharam? – perguntei, abraçando ele pelos ombros.
- Sim.
- Então ela gostou. – terminei, e ele riu. Ficamos um pouco em silêncio, assistindo Padrinhos Mágicos. Mas aí eu me lembrei do telefonema anônimo de mais cedo e exclamei: - AAAH!!!
- Aí porra! – Maker deu um pulo do meu lado e eu comecei a gargalhar. – O que foi?
- Esqueci de contar. Algum lunático, ou lunática, me ligou no meio do jantar com a Bella e disse que roubou a senha e que se eu descobrisse quem foi eu seria o fodão.
- Sério!?
- Ahám...
- Você pegou o número? – Maker perguntou esperançoso.
- Privado. – seu rosto se contorceu numa careta engraçada.
- Homem ou mulher? – perguntou de novo, com a mesma esperança na voz 
- Sei lá, a ligação tava toda chiada, não ouvi nada direito.
- Merda...
Olhei para a tela do computador de relance e desviei o olhar. Mas percebi que alguém falava com Maker, então olhei de novo e vi que não estava ficando louco. Na tela, uma janela do msn piscava.
- Você tá falando com alguém Maker? – perguntei, apontando para o computador. Ele balançou a cabeça negativamente e deu um pulo do sofá, indo até lá. Fiquei por lá, vendo Tv, pois não estava muito curioso em saber quem queria falar com Maker. Provavelmente seria Aline querendo saber porquê Maker ainda não havia ligado.
Passados alguns segundos, Maker me chamou.
- Dude, vem ver isso aqui!
Cheguei perto de Maker e comecei a ler a conversa.

New Gossip says:
O Thur já chegou aí? 
Maker s2 Nine says:
Quem é? 
New Gossip says:
Não interessa quem é. Responde minha pergunta.

- Caralho... – sussurrei, me apossando da cadeira em frente ao pc. – Tem alguém me espionando!
- E por que essa porra que roubou a senha só persegue você? – Maker perguntou, puxando um banquinho e sentando-se ao meu lado.
- Eu já até sei quem é, Maker. E acho que é porque essa pessoa gosta da Lu...
- Você não tá achando que é o John, não é? – Maker perguntou, lendo meus pensamentos. – Por que ele faria isso? Pra escola inteira chamar ele de corno?
- Bom, só tem um jeito de saber.

Maker s2 Nine says:
É o Thur. Quem é você? É você, John? 
New Gossip says:
Já falei que não interessa quem é. Thur, tenho um assunto mais importante do que quem eu sou para tratar com você.
Maker s2 Nine says:
Que tipo de assunto? 
New Gossip says:
É sobre o blog.

- Tá vendo, Maker! – exclamei, afundando a cabeça entre minhas mãos. – Sabia que essa merda desse blog só ia me trazer problemas...
- Relaxa, Thur. – Maker respondeu, me dando tapinhas amigáveis nas costas. – Continua conversando com ele. Ou ela. Sei lá...

Maker s2 Nine says:
Eu não tô a fim de falar disso...
New Gossip says:
Você é quem sabe... Mas acho que a escola inteira vai ter que saber sobre o seu segredinho e dos seus amiguinhos...
Maker s2 Nine says:
Ok, mas seja rápido. O que você quer? 
New Gossip says:
Eu quero te fazer uma proposta. Se você descobrir quem eu sou até o final do ano, eu te devolvo o blog e nós ficamos bem. Ninguém vai saber de vocês. Agora, se você não descobrir...
Maker s2 Nine says:
Se eu não descobrir o quê? 
New Gossip says:
Se você não descobrir, eu mato seus 3 amigos e a Lua e suas amigas.
Maker s2 Nine says:
O QUÊ??? 
New Gossip says:
HAHAHAHAHAHAHAHA! Brincadeira, Thur, foi só pra descontrair...
Maker s2 Nine says:
Diz logo o que você quer, porra! 
New Gossip says:
Também não precisa ficar agressivo! Bom... Se você não descobrir, além de perder a banda, vai perder a garota.
Maker s2 Nine says:
Perder em que sentido? 
New Gossip says:
Relaxa, não vou matá-los nem nada do tipo. Eu só vou fazer seus amigos se virarem contra você, assim como suas amigas e Lua. Eles vão sentir tanto ódio de você que não vão querer nem olhar para sua cara.
Maker s2 Nine says:
E como você pretende fazer isso? 
New Gossip says:
Eu tenho meus jeitos. Afinal, eu roubei seu querido blog...
Maker s2 Nine says:
Mas por que você quer ferrar só comigo? 
New Gossip says:
Algum dia eu te conto...
Maker s2 Nine says:
E como eu vou descobrir quem é você? 
New Gossip says:
Eu vou te dar algumas dicas. Mas fica esperto, Thur! Abre o olho!

Então ele/ela ficou off-line.
- Olha que legal. O blog é do Micael e eu que me ferro! – falei, virando os olhos.
- De qualquer jeito, nós nunca iríamos nos virar contra você. Nós vamos te ajudar. – Maker disse, indo em direção à cozinha. – Assim como fizemos hoje mais cedo com o John...
- Ah! – exclamei, me lembrando que queria perguntar isso fazia tempo. – Foram vocês que arrebentaram com o John hoje de manhã então? – perguntei, rindo.
- O que você acha? – Maker perguntou, entrando na cozinha.
Fiquei rindo sozinho, imaginando John sendo arrebentado pelos meus amigos. Mas, logo depois, o foco do pensamento mudou.
Adivinha para quem?

Lua fala:

- Alô? – falei, ofegante por correr pelo quarto para chegar ao telefone. Tinha acabado de tomar banho e meu cabelo pingava água nas costas.
- Lu? – Sophia piou do outro lado da linha. – E aí!
- Oi, Soph! Diga!
- Sei lá. Só queria ouvir sua voz... [N/A: Aí que gay!] HAHAHAHAHA! Zoeira, só queria saber como foi sua conversa com Thur, porque eu vi vocês no corredor e essas coisas...
- Ah, pra variar um pouco nós brigamos... – respondi, enrolando uma toalha nos cabelos. – Sei lá, acho que nós dois nunca vamos dar certo...
- Aff, Lu, não viaja, ele te ama! – ela meio que berrou do outro lado.
- É, mas acho que ele não quer me ver nem pintada de ouro. – respondi, olhando triste para uma foto que nós 8 tiramos na praia que estava no meu plano de fundo do computador.
- Por quê?
- Porque eu disse que não acreditava nele...
- Você quer apanhar agora ou mais tarde? – Sophia perguntou, rindo. – Olha o que você fala pro menino!
- Eu sei, mas é melhor assim...
- Melhor assim por quê? Vocês dois estão tristes, e...
- Aí! Tá bom! Chega! Não quero mais receber lição de moral das minhas amigas! Já não basta a Nine...
- Tudo bem, tudo bem... – Sophia me acalmou um pouco, com aquela voz que só ela tem para me acalmar. – Mas que tal você ligar pra ele?
- Ah, sei não, . – Soph, a Mel tá me ligando.
- Ah, ok, eu ia mesmo ligar para o Micael... – Sophia respondeu, com a voz fraquinha. Ah, o amor! – Beijos, Lu! Boa noite! Amanhã a gente se fala...
- Beijos, Soph! Até amanhã! Boa noite! Alô? – disse, atendendo a outra linha.
- Oi, Lu! – Melanie exclamou do seu jeito animadinho. – De boa na lagoa?
- Opa, tranquilo no asilo. E aí? – perguntei, rindo.
- Sussa na montanha-russa... – ela respondeu, e nós duas rimos.
- Nossa, olha como a gente brisa! – brinquei, e Melanie riu. – Mas e aí, ligou para ouvir minha voz como a Soph ou nem?
- Nem, liguei para gastar meus créditos mesmo... – ela respondeu, e rimos novamente. - Não, zoeira. Na verdade liguei pra te contar um negócio legal que o Chay disse pra mim hoje!
- O quê?
- Ele quer que eu vá jantar na casa dele amanhã pra me apresentar pra sua mãe! – ela piou animadinha do outro lado. Eu dei um gritinho e ela continuou: - Sabe, aproveitar que os meninos vão no Barney's...
- Que legal, Mel! Já vai conhecer a sogrona! Só não vai falar nenhuma merda perto dela, eim! – eu disse, e Melanie suspirou.
- Espero que nada idiota saia da minha boca... Mas e aí, como foi a conversa com o Thur hoje? – ela perguntou.
- Meu Deus, tá todo mundo sabendo disso?
- Na verdade, a Nine que contou para mim...
- Ah, a gente brigou... – respondi, me jogando na cama de qualquer jeito. Coloquei a mão sobre a barriga e com a outra fiquei escrevendo Thur no ar. – De novo.
- Que péssimo, Lu... – ela suspirou, genuinamente triste por mim. – Mas, também, você não ajuda, né? Quem mandou dizer pro menino que não acreditava nele?
- Quem te disse isso? – perguntei, já sabendo a resposta.
- A Soph.
- Como? Eu ACABEI de contar isso pra ela!
- Mensagem de texto. – Melanie riu. – Mas relaxa, Lu, nós só fizemos isso porque somos suas amigas! E nossos machos são amigos do Thur. E pra falar a verdade, nós somos amigas do Thur também. E nós não queremos ver vocês dois tristes... Vocês já fizeram tanto por nós! Até aquele jantar pro Micael e pra Soph...
- Eu sei, Mel, eu sei... Dá pra gente não falar nisso? – eu já estava ficando de saco cheio das minhas amigas. Eu sabia que elas só queriam me ajudar, mas mesmo assim, falar de Thur machucava um pouco.
Um pouco?
Machucava MUITO.
- Tudo bem... Bom, eu vou terminar a lição de física e ligar para o Chay. Dorme bem, Lu! – ela disse.
- Você também. Até amanhã, Mel.
- Até!
Desliguei.
O que seria de mim sem minhas amigas?

Continua.... 

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